quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

As artes visuais



A área das Artes Visuais e Design é extremamente ampla. Abrange qualquer forma de representação visual, ou seja, cor e forma. Outras formas visuais dramáticas costumam ser incluídas em outras categorias, como teatro, música ou ópera, apesar de não existir fronteira rígida. É o caso da arte corporal e daarte interativa ou mesmo do cinema e do Vídeo-arte.
As artes que normalmente lidam com a visaõ como o seu meio principal de apreciação costumam ser chamadas de artes visuais. Consideram-se artes visuais as seguintes: pintura, desenho, gravura e cinema. Além dessas, são consideradas ainda como artes visuais: a escultura, a instalação, a aquitetura, a novela, o web design, a moda, a decoração e o paisagismo.
Texto retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_visuais em 20/02/2008

Breve conceito de dança


Texto e contexto

Para compreendermos os significados da dança, devemos considerar além do contexto social, cultural e histórico em que ela ocorre, o texto expresso pelos movimentos corporais realizados...A visão de mundo dos diferentes grupos sociais molda a forma de suas danças, que podem ser entendidas como composições rítmicas de movimentos corporais não-verbais, intencionais, organizados culturalmente a partir da perspectiva do performer, que usualmente é compartilhada pelo público.


Potencial simbólico

Não se trata, portanto, de uma atividade motora qualquer, mas sim de movimentos específicos, dotados de valores estéticos e potenciais simbólicos inerentes. Um símbolo é algo que condensa um certo número de associações de idéias dentro de determinado sistema de significados. Os símbolos expressos na dança a tornam uma forma através da qual as pessoas representam-se para si mesmas e para os outros. Por isso ela possui um papel importante nas identificações étnicas, por exemplo.


Dança como linguagem

Das pesquisas sobre cognição, emoção e comunicação não-verbal, sabemos que as imagens cinéticas da dança são como uma linguagem, que requere as mesmas faculdades cerebrais de conceituação, criatividade e memória, tal como a linguagem verbal escrita e falada. Ambas possuem vocabulário (passos e gestos na dança), gramática (regras para a junção de vocabulário) e semântica. A dança, entretanto, usualmente une esses elementos de uma maneira que se assemelha mais à poesia, com seus significados múltiplos, simbólicos, emocionais e alusivos. Mais do que uma linguagem universal, a dança representa uma infinidade de linguagens e dialetos.


Multisensorialidade

A dança e a música são multisensoriais, pois atraem a atenção dos sentidos (visão, movimento, sonoridade) e evocam respostas fisiológicas nos performers e nos observadores. Músicos e dançarinos possuem a habilidade de alterar o tempo, levando os indivíduos a estados alterados de consciência. O performer movimenta-se ou produz sons intencionalmente, com o objetivo de transmitir uma informação. Através da performance, mensagens são enviadas.


Artigo baseado no texto Dance, de Judith Lynne Hanna. Traduzido e adaptado por Luna Negra.

Breve conceito de música



Medieval e Renascimento





Período extenso e marcado pela diversidade. No século 7, surge a monodia( uma única linha melódica) do canto gregoriano - monodia que, sob uma forma profana, também será usada pelos trovadores. No século 12, com a Escola de Notre Dame(Paris) aparecem formas polifônicas(entrelaçamento de mais de uma melodia) nas quais Pérotin foi mestre. O aperfeiçoamento dos instrumentos, as exigências litúrgicas e o surgimento de um "mercado " formado pela nobreza feudal e pela burguesia mercantil das cidades determinaram a expansão da polifonia, com importantes contribuições de Machaut, Du Fay e Palestrina.


Barroco

Nenhuma escola musical possui analogias tão nítidas com as artes plásticas como o barroco: há o culto do ornamento, do arabesco - notas que " enfeitam"a melodia. De Monteverdi a Johann Sebastian Bach, a música descobre a profusão dos sons simultâneos como meio de alcançar o belo.Como pano de fundo dos instrumentos que se revezam na narração melódica, surge o baixo contínuo (em geral o cravo). A linguagem tonal se firma como sustentáculo da polifonia.Emergem novos gêneros musicais: oratório, cantata, concertos, sonata para teclado.


Rococó

Na transição entre o barroco e o classicismo, entre 1740 e 1770, a música rococó ou galante é representada sobretudo pelas obras de Carl Philip Emanuel Bach. Favorecida pelo ambiente da corte de Luís XV, seu ideal é a expressão artística da graça, frivolidade e elegância. O resultado, cuja artificialidade foi criticada posteriormente, captava as atitudes hedonistas e discretamente sentimentais da época.


Clássico

O classicismo surge em meados do século 18. Haydn passa a usar formas mais econômicas de expressão. Philip Emanuel Bach (filho de Johann Sebastian) depura a sinfonia do maneirismo. Gluck impõe o primado da música orquestral sobre as improvisações vocais da ópera napolitana. Essas inovações serviram de base ao mais genial compositor do período, Mozart. Coube a ele levar a nova linguagem ao extremo. A exemplo de Bach com o barroco, Mozart foi ao mesmo tempo, para o classicismo, o mais representativo e o grande coveiro: para não repeti-lo, era preciso inventar outra coisa. Beethoven foi um dos que entenderam o recado.


Romântico

As regras clássicas de composição eram rígidas, e o compositor deveria obedecer a elas. Os compositores românticos abandonaram essas fórmulas pois queriam transportar para a música suas paixões e aflições, mas também seu nacionalismo e suas aspirações políticas. O romantismo criou uma profusão de novas formas de expressão: o moderno sinfonismo que começa com Beethoven, o lied (canção) que se consolida com Schubert. A música torna-se uma mercadoria. No lugar dos pequenos conjuntos a serviço de igrejas ou aristocratas, surgem as orquestras e as companhias de ópera financiadas com a venda de ingressos ao público. O compositor polonês Chopin inspirou-se em danças populares, despertando, com sua música, o amor patriótico e o sentimentalismo. Uma das preocupações do músico alemão Beethoven foi tentar aproximar sua música do gosto popular, já que o seu público se ampliava. Outros nomes importantes da música romântica são Liszt e Wagner. Este último destacou-se sobretudo pelas óperas que compôs. Algumas de suas obras expressam um estranho fascínio pela morte. É dele a frase: "...mesmo quando a vida nos sorri, estamos a ponto de morrer". Nacionalismo, sentimentalismo e pessimismo são, pois, características do Romantismo na música. Pós-românticoNão houve um pós-romantismo como há hoje um pós-modernismo. A designação engloba uma reação estética que procurou dar uma eloquência menos subjetivista à música, colocá-la num patamar superior de racionalidade, por meio de achados harmônicos mais ousados e de formas mais despojadas. Em lugar de Bruckner, a orquestra sinfônica fala a linguagem de Debussy e Ravel. A música perde em pretensão, mas ganha em simplicidade.


Moderno

Há pelo menos três correntes que nascem com o século. De um lado, a Escola de Viena, que decreta o fim da linguagem tonal (o atonalismo de Shoenberg) e reivindica uma organização revolucionária dos sons. De outro, Bartok, Chostakovitch e Stravinski praticam uma amplificação das fronteiras do tonalismo e combinações instrumentais menos ortodoxas. Há, por fim, um neoclassicismo em que Prokofiev e Stravinski prenunciam modos de apropriação que se tornariam típicos na pós-modernidade.


Contemporâneo

Olivier Messiaen tornou-se em 1942 professor de harmonia do Conservatório de Paris.Ainda nos anos 40 teria como alunos Boulez,Stockhausen e Berio. O atonalismo, concluíram tinha se esgotado. Era preciso dar novos passos na lógica de organização dos sons. Surgiu uma vanguarda que forneceu à música um caráter permanentemente experimental. Chancelou a música eletroacústica e expandiu os limites da expressão.


Brasileiros

A música erudita brasileira nasceu nas igrejas, com o barroco mineiro e baiano. Prosseguiu como banda sinfônica e música de salão no século 19. Seu grande compositor do período, Carlos Gomes, foi em verdade um dos elos da evolução da ópera na Itália. Leopoldo Miguez tinha fortes vínculos com a estética wagneriana. O nacionalismo só se esboça com Alberto Nepomuceno e ganha força com Heitor Villa-Lobos, o mais representativo do modernismo.
Para seu conhecimento: A música é feita de sons, tradicionalmente descritos segundo quatro parâmetros:ALTURA - frequência definida de um som.É o que diferencia um som de um ruído. Não confundir com volume(intensidade). Ritmo - distribuição inteligível dos sons (e silêncio) no tempo.Intensidade - a força relativa de um som em relação a outros. Timbre - qualidade dos sons. Diferencia a mesma altura tocada em dois instrumentos diferentes.


Conjuntos Musicais


Conjuntos de Câmara: pequenos grupos musicais (duo, trios, quartetos e assim por diante ) até as orquestras de câmara que podem chegar a 30 ou 40 músicos. Tudo o que se conhece como música "antiga"(anterior ao século 18) poderia ser enquadrado como música de câmara; na linguagem cotidiana, porém, o nome fica mais restrito à música dos períodos clássicos, romântico e moderno.

Orquestra: grandes conjuntos de instrumentos, abrangendo cordas, madeiras, metais e percussão. O número de instrumentistas numa orquestra varia de aproximadamente 70 até 120 músicos ou mais. A orquestra tem sua origem nos conjuntos instrumentais que acompanhavam espetáculos de ópera e balé no século 17. Pouco a pouco, esses conjuntos foram ganhando mais instrumentos. A evolução das formas composicionais no século 18 leva ao desenvolvimento e consolidação da orquestra moderna, que é um conjunto especialmente apto para a execução de sinfonias e concertos.


Gêneros Musicais


Cantata - Originariamente uma peça cantada, na qual uma pessoa recitava um drama em verso acompanhada por um único instrumento. No século 18, as cantatas passaram a ser escritas para coros com diversos solistas.
Concerto - qualquer perfomance pública de musica- peça musical, de grande escala, que opõe um ou mais instrumentos solistas à orquestra. A idéia moderna do concerto deriva, em boa parcela, das árias e cenas operística, com papel dramático e musical do cantor assumido pelo instrumento solista.
Oratório - genêro musical dramático, de tema religiosos, com coro e orquestra.
Prelúdio - No barroco, era a peça instrumental que antecedia uma "fuga"; depois, tornou-se uma peça de estilo livre.
Fuga- forma complexa de composição polifônica com base em um tema, que é apresentado sob várias formas.
Rapsódia - composição musical sobre temas de melodias folclóricas.
Réquiem - música sacra destinada às missas pelas almas dos mortos.
Sinfonia - a palavra vem do grego e significa "reunião de vozes". A sinfonia clássica é um gênero público, por oposição à música de câmara , privada.
Sonata - a sua forma é mais propriamente uma forma de pensar a composição do que um molde específico onde a maneira como as possibilidades narrativas e dramáticas da tonalidade são desencadeadas.
Suíte - na Renascença, uma sequência de danças executadas por conjuntos musicais, todos no mesmo tom. Progressivamente se tornaram menos dançáveis.
Tocata - designação antiga de composição musical, em forma livre, para instrumentos de teclado.

Texto retirado de: http://www.historiadaarte.com.br/musica.html em 20/02/2008.

Breve conceito de teatro




O teatro grego e o atual teatro:
uma reflexão crítica

Dos rituais primitivos e religiosos dos quais estava envolta a antiga Grécia, surgiu a aventura efêmera que atravessaria os séculos: o Teatro. Organizado e formalizado pelos gregos para o espaço cênico, o teatro é até hoje, essencialmente, a arte que trata sobre o homem e a mulher e suas relações com o mundo e todos os acontecimentos que os cercam.
Os gregos nos são, até os dias de hoje, uma constante referência, tanto do ponto de vista artístico quanto do ponto de vista filosófico e, sem dúvida alguma, do sistema social, que hoje nos é quase impossível de compreender em função de tamanha desestrutura que passamos, principalmente no que diz respeito à ordem do pensamento vigente.
Foram os gregos que criaram, dentro do universo artístico, a Tragédia Grega, que fala sempre sobre realidades e mitos. As histórias das tragédias sempre eram conhecidas de todos, falava de heróis legendários, em luta com o austero e implacável destino; e dos deuses, sempre participantes no sentido de recompensar a coragem e punir a rebeldia. E assim, a partir da forma comportamental do herói diante das imposições do destino, organizava-se a ação dramática.
O teatro grego teve como característica principal ser um teatro cívico, sobretudo a tragédia, um teatro como define Barthes que era “sociedade restrita e mundial”.
Falar do teatro grego é sempre motivo e um objeto para grandes polêmicas, teses e dissertações. Mas aqui vamos procurar traçar um campo reflexivo-crítico sobre o nosso pequeno teatro burguês, que reflete o que somos em dias de tanta depuração, tanta ausência de paradigmas norteadores, buscando perceber esse nosso tão famigerado hoje e nada mais.
Muito ao contrário dos gregos, uma boa parcela do nosso teatro atual, não revela mais as questões de ordem social. O teatro hoje esta envolto por uma camada de anestésicos que visam falar do homem e seus conflitos interiores. Claro que a sociedade de hoje, está muito longe de ter princípios semelhantes aos gregos. Porém, as obras das tragédias gregas ultrapassaram os séculos justamente por não se aterem a falar dos psicologismos das personagens, evitando assim, que o teatro se afastasse do censo de coletivo original.
Os espetáculos na atualidade (e há muito tempo) por uma questão de ordem econômica, e de esvaziamento cultural, estão cada vez mais reduzidos no que diz respeito ao elenco. Assim, ao longo da história, o que era para os gregos o personagem principal: o coro, composto, por muitos, hoje, muitas vezes, é apenas um ator em o palco nu, e uma platéia reduzida aos pequenos espaços de pequenas salas.
Da mesma forma como o coro foi se reduzindo, os espetáculos também o foram, e todo o contexto que o cerca. Assim, das grandes festas Dionisíacas em que estava envolto o antigo teatro Grego, nosso teatro agora está envolto de si mesmo e das suas coisas, que estão somente a um palmo de si.
Claro que o teatro grego, por mais grandiosos que tenha sido na sua forma espetacular e na sua concepção social , estava num contexto de uma democracia que não dava conta de uma parcela da população também, como os metecos, os escravos. E mesmo assim, enquanto uns podiam assistir aos espetáculos, outros trabalhavam para eles. Mas a participação, tanto de um lado quanto de outro, era sempre consciente de uma atitude política.
Parece-me que, enquanto os gregos estavam fazendo arte, também faziam atos de política e de educação, não no sentido banal que estas palavras têm ganho a cada dia na contemporaneidade, muito menos no sentido político partidário. Era uma atitude nata, de quem ocupava o seu lugar civil, de quem ocupava não apenas um lugar na assembléia, mas sim, de quem tinha a responsabilidade civil nos seus atos do cotidiano coletivo.
Hoje, numa sociedade onde o artista passa pela dificuldade de fazer o espetáculo, pois a própria sociedade já se transformou em algo espetacular, fica cada vez mais difícil fazer teatro de uma forma que este tenha o peso de uma responsabilidade com a transformação social, uma vez que o próprio teatrista se vê na dificuldade de uma compreensão mais ampla da sociedade na qual está inserido.
Os espetáculos gregos sempre foram de cunho popular, não apenas porque eram dados ao ar livre como, especialmente, congregavam toda a população, sem delimitação de classes. Os artistas de então, contratados do Estado, cumpriam uma função educativa, como intérpretes de um estado de espírito coletivo: a democracia.
Em dias tão desajustados, fica cada vez mais distante essa idéia desse teatro responsável como um elemento educativo estético. Cada vez mais se torna difícil manter grupos de grande elenco e estáveis e já arrisco dizer que na nossa sociedade o teatro não é um elemento cuja importância seja real.
Há de forma mais geral duas fortes tendências: a do teatro que opta por um lugar de investigação, que fica mais à margem, e outro que se define pela lógica capitalista, que é o que chamamos de teatro comercial. O Estado restringe-se à administração de verbas e à criação de leis de apoio fiscal para que as empresas privadas viabilizem verbas às companhias teatrais. Conseqüentemente, este fator define o perfil dos espetáculos e atividades culturais. Como os grupos que recebem os apoios fiscais não conseguem sobreviver exclusivamente destes, acabam tendo como opção os trabalhos pedagógicos e ainda os festivais.
Os festivais, em tempos atuais, acabam ganhando um cunho elitista, uma vez que também precisam agradar seus patrocinadores. Muitos fazem circular as produções comerciais e outros, que se colocam como mais alternativos, acabam fazendo circular os mesmos trabalhos e grupos, pois se tornam pertencentes de um núcleo fechado de amigos teatrais.
O grande comungar do teatro com o povo é um pouco raro. Claro que temos no Brasil festivais que, durante suas atividades, dinamizam apresentações em toda a cidade, fazendo circular apresentações em bairros, escolas, fábricas, mas mesmo assim, isso é mais um compromisso de marketing empresarial que um compromisso socio-educativo.Ainda, em grande maioria, as apresentações de festivais estão presas às salas de teatro, que em caso de grandes prédios de teatro, a própria estrutura já inibe naturalmente a entrada de uma classe menos privilegiada. Assim, somente os dados cidadãos de algum poder aquisitivo desfrutam de tal evento. E essa mentalidade revela a forma como pensamos a arte hoje e como os patrocinadores definem, mesmo que sem “imposição”, as estruturas.
Cada vez mais se vê o teatro preocupado em fazer teatro para si mesmo ou para a grande mídia, e os artistas esperando por sua ascensão nos grandes meios de divulgação, esquecido da sua possibilidade de formação, de intervenção social e cultural. Nem poderia ser diferente se vivemos a era da individualidade, onde o texto: “um por todos e todos por um” é apenas uma frase solta que todos julgam interessante, uma vez que foi Alexandre Dumas quem escreveu, mas que todos a deixam fora do plano de atitudes do seu contexto. Claro que não estou pedindo aqui que todos saiam às ruas fazendo teatro e que excomunguem o teatro de sala e o teatro romântico. Mas proponho que se façam a pergunta do por quê cada vez mais estamos indo para pequenas salas e com um número cada vez mais reduzido de pessoas para assistir o feito teatral ?
Seria muito pedir também que perguntássemos qual pode ser a aproximação dos festivais, o dos espetáculos com a população ?
Penso que não. Não seria muito. É possível fazer essa reflexão. É certo que nunca poderemos resgatar a mentalidade grega, até mesmo por que isso seria impossível e tolo, mas se ficaram as Tragédias Gregas é sinal de que podemos nos deixar influenciar por essa cultura, ressignificando-a para o nosso tempo.
Uma vez que o teatro não tem esse caráter civil que os gregos tinham, podemos entrar aqui num problema de ordem de formação. Não seria nenhuma novidade dizer aqui que o nosso sistema educacional no Brasil (poderia dizer de outros lugares também, mas nesse momento me interessa falar da minha própria casa, da minha própria nação) é um sistema que há tempos vive em decadência. Assim, se falarmos do trabalho de formação em teatro, basta fazermos um retrospecto de como se iniciou o ensino das artes no Brasil que logo perceberemos que o teatro está ainda longe de ser um componente dentro da educação.
Com a chegada da “Missão Francesa” no governo de Don João VI instalou-se a primeira escola de Artes do Brasil, que tratou de preocupar-se apenas com o ensino das artes plásticas, além de ter trazido e imposto todo o molde francês para esta. De lá pra cá, é clara a percepção de que todas as estruturas de ensino de artes se deram somente através das artes plásticas, hoje artes visuais. A própria instauração das faculdades de artes, ou melhor a antiga Ed.Artística, tinham seus conteúdos quase que integralmente voltados para artes plásticas, e uma ou outra cadeira voltada à música e ao teatro. Hoje, já temos disponível no país algumas faculdades de teatro que ainda estão nos seus ajustes em função de sua jovialidade.
Então, desde que começamos, realmente não houve nenhuma ocupação verdadeira do teatro dentro das instituições de ensino, talvez porque este seja considerado subversivo, e essa consideração seja algo para arrepiar o conceito de ordem e de democracia em que vivemos em nosso país. Não que o teatro dado na academia vá dar conta de resolver os problemas, mas a criação destas e a formação de professores que possam atuar dentro do ensino fundamental e ensino médio talvez pudesse caminhar para auxiliar na formação de cidadãos melhores consumidores e fruidores da produção artística de sua época, bem como amenizar essa carência dentro das instituições de ensino.
O teatrista de hoje precisa ficar passível de uma transformação muito grande, e zelar ao máximo por sua formação integral como homens e mulheres pertencentes a esse mundo, tanto aquele que se encontra na periferia, quanto nos grandes centros. Não falo aqui em tentar fazer um teatro grego, que era o teatro e a cidade, mas tentar enfrentar sua formação como a única coisa capaz de modificar seu ato, e a construção do seu objeto espetacular, quando o indivíduo se transforma, todo seu contexto se modifica.
Cuidar da nossa formação é não deixar permissão para colonização, não permitir nossa aculturação. Zelar por formação é criar espaços reais de liberdade, é construir identidade e, acima de tudo, é estar preparado para viver esses novos tempos e, quem sabe, criar tempos melhores ou pelo menos mais esperançosos.
Em dias nublados, como os de hoje, longe da antiga Grécia, mais que grandes produções, mais que salas fechadas, mais que nosso umbigo, mais que o fortalecimento de personalidades, necessitamos de apuração de caráter, mais que o simulacro precisamos de ações concretas e verdadeiras de transformação.
Quando o indivíduo se deixa tocar, quando deseja ser tocado, automaticamente se transforma, e quando se transforma o entendimento sobre as coisas, transformam-se também a ética, a estética, a linguagem e estas por sua vez modificam todo um olhar da sociedade, juntamente com outras estruturas. Gostaria de dizer que é possível transformar o olhar do umbigo para o olhar civil.Essa transformação leva o indivíduo a redescobrir recantos adormecidos, a “emocionar-se”, que, na origem da palavra, significa mover-se.

VALÉRIA MARIA DE OLIVEIRA

Texto encontrado em: http://www.espacoacademico.com.br/027/27coliveira.htm no dia 20/02/2008.

Um novo começo

Olá estudantes.
Todos nós vivemos em uma era em que a cada dia estamos nos defrontando com novos suportes de informação. E pensando nisso foi que criei um "blog", para que possamos não apenas nos ater as já tão conhecidas apostilas, cadernos ou "xerox". Em alguns casos usaremos a rede mundial para pesquisar, enviar e dividir nossos conhecimentos que estravasam sempre o âmbito escolar regular. Devemos estudar o mundo e precisamos cada vez mais de novas ferramentas que acompanhem o crescimento desenfreado da tecnologia e do conhecimento que nos rodea.Espero que esta novidade não fique apenas em projeto, mas que perdure pelo tempo necessário e que nos ajude a alcançar o máximo de novidades que dizem respeito às nossas necessidades de estudantes.
Um grade abraço para todos
Professor
Ramon Martins